A série “Falcão e o Soldado Invernal” têm conquistado bastantes elogios do público e da crítica. Com temas como o racismo e o Estudo da Sífilis Não Tratada de Tuskegee sendo destacado, a série vem ganhando fãs a medida que vai se aproximando de seu final.

Mas nem só de temas polêmicos se trata a série, sem querer menosprezar a importância de Isaiah Bradley, temos outro personagem de muito peso no universo Marvel. John Walker.

E é justamente sobre o surgimento de John Walker e como ele assume o manto de Capitão América, que se trata o arco escrito por Mark Gruenwald. Abrangendo as edições de Captain America #332 – 350, Iron Man #228, o arco é nomeado como The Captain.

Como dito acima, nesta história vemos como Steve Rogers abandona o manto de Capitão América e John Walker é escolhido e passa a assumir o escudo símbolo dos EUA.

A primeira coisa que se nota nesse arco, são as diferenças entre 1987 e os dias de hoje, seja como os personagens se comportam ou como os assuntos são tratados. Principalmente assuntos com contexto racial ou político. Em uma época onde determinados assuntos eram tratados de forma mais aberta e infantil nos quadrinhos, vemos detalhes e deslizes bastantes relevantes, se formos analisar a obra.

As diferenças entre John Walker e Steve Rogers também são evidentes, mas, como dito, sempre tratado de forma mais infantilizada, devido a linguagem e política da época.

John Walker é conservador e abrutalhado, mas só seu comportamento violento é explorado mais a fundo, seus ideais políticos ficam postos a margem das histórias, e seu lado violento é explorado até ficar caricaturado, mas tudo bem, relevemos isso.

Lamar, o parceiro de Walker, também conhecido pelo codinome Battle Star, Estrela Negra aqui no Brasil, também está na história, mas sua participação fica também apagada, tendo foco apenas em agir como um sidekick padrão (com exceção quando ele resolve deixar o nome Bucky para trás).

Fora isso, vemos um arco sendo intercalado entre John Walker sendo treinado, e começando a agir como Capitão América e Steve Rogers tendo que encontrar um novo caminho na vida, e começando a agir com a alcunha de “O Capitão” e vestindo um uniforme preto (muito mais legal que o uniforme padrão). A história segue esse ritmo até o momento em que John Walker e Lamar começam a agir em campo, que é quando vemos a principal diferença entre John e Steve.

Ressaltando mais uma vez, John é violento ao extremo, ele mata sem titubear, e graças a narrativa da época, isso fica literalmente sem motivo algum mesmo. A primeira morte dele em campo é exatamente assim, sem motivo, o inimigo nem estava em posição de ameaça, ele simplesmente o espanca até a morte. A partir daí é ladeira abaixo, John vai se tornando cada vez mais violento até chegar a missão divisora de águas dele contra um grupo radical chamado Cães de Guarda. Os acontecimentos dessa missão mexem com seu psicológico, o tornando quase que um psicopata.

Em contra partida vemos um Steve Rogers as voltas com o surgimento de um grupo criminoso chamado Sociedade da Serpente, e até uma briga, que eu mesmo desconhecia, entre Homem de Ferro e Steve Rogers, mais uma pra conta do Tony Stark.

Ao ler “The Captain” você estará lendo uma obra antiga, mas bastante importante dos quadrinhos. Afinal toda essa trama é apenas acaso, ou existem um grande vilão por trás?

Uma obra muito boa dos anos oitenta que você pode ler e se divertir facilmente durante alguns dias, já que ela é bem longa. Recomendo fortemente.