No começo dos anos 2000, Greg Rucka ficou encarregado da revista Detective Comics e Ed Brubaker a cargo da revista do Batman, logo após os eventos de Terra de Ninguém.
Greg Rucka assume seu run em Detective Comics #742 e começa a dar uma abordagem mais humana para as histórias, principalmente pincelando sobre a vida dos policiais de Gotham e como eram a as pessoas naquele meio. Um embrião para Gotham Central, que saiu posteriormente de uma parceria com Ed Brubaker.
Na esteira do primeiro “arco” do run, chamado Evolução, Greg Rucka decide fazer uma edição diferente. Menos Batman e mais Renee Montoya, personagem inclusive que ganhou grande destaque nas mãos dele posteriormente na megassaga 52, a qual Renee acaba se tornando Questão, fazendo um par romântico com Kate Kane, a Batwoman.
A História
A trama começa com alguém fazendo uma ligação da prisão, cobrando um favor pelos velhos tempos, em seguida corta para a Renee acordando e bem… Hoje é seu aniversário, nada de anormal, ela repete os mesmos caminhos, faz sua caminhada matinal… Até ter o primeiro descontentamento, na padaria de seus pais, ora… Renee está fazendo 29 anos, já deveria estar casada e com uma família, o pai cobra e… Renee não diz nada, está acostumada.
Renee parte para o trabalho, na sua mesa tem flores, mas, quem mandou as flores? Ninguém no trabalho lembrou do aniversário, talvez não soubessem, ou… Só não ligavam. Até o Comissário Gordon a chamar em sua sala, lhe dar os parabéns e Renee ganhar o dia de folga.
Obviamente, ela está pensativa quanto a quem mandou as flores, e bem… O dono da loja de flores, intimado a dizer quem mandou, comenta que Bruce Wayne comprou e enviou. Sem entender nada ela parte de encontro para a Mansão Wayne para descobrir os motivos dele ter enviado as flores… Se eu contar… estraga a beleza da história.
O fato é, com 22 páginas, Greg Rucka conseguiu abordar todas as perguntas e angústias que as pessoas tem no aniversário. Conseguindo amarrar e te deixar intrigado com tão pouco, que essa simples história chega a emocionar, de tão humana.
Vale ressaltar a beleza das cores desse gibi, principalmente para retratar a tristeza e insatisfação com a utilização da cor roxa e, em momentos comuns/felizes a cor amarelada.
Uma boa história one-shot e pouquíssimo falada. Greg Rucka é realmente um dos melhores escritores da sua geração, facilmente um dos melhores do quadrinho norte-americano, muito acima da média e subestimado.
Infelizmente essa história saiu somente uma vez no Brasil, em Batman Premium nº 12 (2001).
Outro grande destaque desse run da Detective Comics e Batman, são as belíssimas capas do Dave Johson, um desbunde. Todo esse run do Rucka e Brubaker no Batman é subestimado, pouquíssimo falado e colocado como um dos melhores do homem morcego. Com exceção para a Saga “Bruce Wayne Assassino/Fugitivo” que é mais comentada.
Porém, existem boas histórias nesse meio antes desse grande arco. No brasil, é até menos comentada, devido ao fato de ter saído durante a época de transição da editora Abril para a Panini, onde algumas histórias se perderam nesse processo.
A Panini até picotou a saga Bruce Wayne Fugitivo, pois queriam lançar logo na edição #9 do Batman v1 deles, a saga “Silêncio” que bem… é um LIXO (mas isso é assunto pra outro texto). Para tentar consertar esse erro, a Panini continuou publicando mais umas 3/4 edições dessa passagem dos dois de forma bagunçada, mas… é o que temos.
Já leu a história? O que achou? Comente conosco sua opinião e outras fases que considera subestimada do personagem.
Interruptor Mágico 